sexta-feira, 3 de julho de 2009

Pegadas Na Areia

Uma noite tive um Sonho
Estava a passear na praia com o meu Senhor
Pelo céu escuro passavam cenas da minha vida
Por cada cena, percebi que eram deixados dois pares
De pegadas na areia,
Um que me pertencia
E outro ao meu Senhor
Quando a última cena da minha vida passou perante mim
Olhei para trás para as pegadas na areia
Havia apenas um par de pegadas
Apercebi-me de que eram os momentos mais dificeis
E tristes da minha vida.
Isso sempre me incomodou
E interroguei o Senhor sobre o meu dilema
"Senhor, quando decidi seguir-Te, disseste-me
Que caminharias ao meu lado
e falarias comigo durante todo o caminho.
Mas apercebo-me de que,
durante os momentos mais atormentados da minha vida
Há apenas um par de pegadas.
Não percebo por que razão, quando mais precisei de Ti
Tu me dixaste".
Ele segredou: "Meu precioso filho,
Eu amo-te e nunca te deixarei
nas horas de provação e de sofrimento. Nunca.
quando viste na areia apenas um par de pegadas
Foi porque Eu te carreguei ao colo".
Por: Margaret Fishback Powers

Reflexão Dominical, 28 de Junho de 2009

I Leitura: Sab 1,13-15; 2, 23-24
II Leitura: 2 Cor 8, 7.9, 13-25
Evanglho: Marc 5, 21-43


Irmãs/Irmãos…
As leituras que acabamos de ouvir chamam a nossa atenção para uma só coisa que é a actividade missionária como continuação da obra salvífica de Deus e como tarefa de cada um de nós como cristãos. À luz da mensagem da palavra de hoje, a acção missionária especifica-se no acto de dar a vida aos que não a têm e concretiza-se na actividade de aprofundar a fé.

O livro da Sabedoria que escutamos na primeira leitura ensina-nos que a Criação é portadora de vida e não de morte, porque Deus criou o homem para que viva eternamente. “Deus criou o homem para ser incorruptível e fê-lo à imagem do que Ele é em si mesmo”.
O maior presente que recebemos na nossa existência é precisamente o dom gratuito da vida, tanto física como espiritual. Ambas são fruto de um amor maior que nos precedeu; o de nossos pais e de Deus.

Com efeito, sentimos o amor que Deus nos tem, a sua presença amorosa, em muitas manifestações da convivência humana; família, amigos, vizinhos. Há um reflexo da vida que Ele nos dá, na alegria do amor dos esposos, no bulício e brincadeiras das crianças, no idealismo dos adolescentes e jovens que se abrem à vida e ao amor, na partilha dos amigos, no trabalho em equipa, na solidariedade com os doentes, pobres e marginalizados, no tempo livre e no desporto, etc. Tudo isto faz parte da vida humana, brota da fonte da vida que é Deus, e expressa o amor que Ele nos mostrou em Jesus Cristo.

Mas a vida é uma moeda com duas faces. Frequentemente aparece também a dor e o sofrimento, a depressão e a tristeza, a doença e a morte. Há muita negação da vida no nosso mundo, por causas naturais, umas vezes, e por culpa do homem, outras; guerra e fome, egoísmo e exploração, violência e opressão, ódios e vinganças.

O fenómeno da morte é um facto de todos os dias, como a vida. É nesta situação é que somos chamados a dar a vida aos que não a têm. São Paulo, na segunda leitura fala aos Coríntios nas esmolas que recolheu para ajudar as terras pagãs. Isto quer-nos dizer a nós que o ideal da nossa vida como cristão que vive numa comunidade consiste na justa distribuição dos bens, como condição de vida na justiça, na paz e no amor. Diz-nos São Paulo: “Vos sois ricos em tudo na fé, na eloquência, no conhecimento da doutrina, em toda a espécie de atenções e na caridade que recebestes de nós. Mostrai-vos também ricos em generosidade”. É um apelo missionário para todos nós.

Para São Paulo, esta vida partilhada não se trata de sobrecarregar para aliviar os outros mas sim de procurar a igualdade. O autor do livro da Sabedoria que escutamos hoje mostra-nos como a felicidade consiste não tanto nos bens materiais nem espirituais que partilhamos aos outros mas em fazer a vontade de Deus.

Fazer a vontade Deus e dar a vida pelos outros são características próprias da vida de Cristo. O milagre da ressurreição da filha de Jairo, chefe da sinagoga, a cura da mulher que o tocou e a restituição a vida à menina, que ouvimos o seu relato no Evangelho de hoje, para nos, pôr bem claro que Cristo é o Senhor da vida e da morte, convidando-nos, ao mesmo tempo, para continuarmos esta sua missão salvífica e para nos levantarmos dos nossos sonhos missionários.
A ordem de Jesus à criança morta relatado no Evangelho de hoje, “Talitá qum” que quer dizer “Menina, eu te ordena: Levanta-te” também é dirigida para cada um de nós. Jesus quer que nos levantemos da nossa morte espiritual e do nosso cego de coração, para começar a olhar a vida dos mais carenciados que estão ao nosso lado. Talitá qum” - Eu te ordena: Levanta-te, diz o Senhor.

No clima festivo da solenidade do nosso padroeiro São Pedro, vamos procurar viver a nossa fé missionária, seguindo e vivendo o espírito da vida de São Pedro, a vida que está em contacto permanente com próprio Cristo, imitando a sua sensibilidade da fé em relação ao amor de Deus para a humanidade. Com São Pedro, levantemo-nos e vivamos a nossa fé em Cristo fonte da vida e da morte.