Ambientação:
No Domingo passado dialogámos sobre os nossos desertos e as dificuldades que experimentamos no seguimento pessoal e comunitário de Jesus. Também não foi fácil para os primeiros discípulos entender que o seu Mestre ia a caminho de Jerusalém e que morreria na cruz. Neste contexto, Jesus anima-os a manterem-se fiéis no seu seguimento e mostra-lhes a luz da transfiguração, sinal da sua ressurreição.
A PALAVRA DE HOJE:
Génesis 12, 1-4a
Timóteo 1, 8b-10, Mateus 17, 1-9
Génesis 12, 1-4a
Timóteo 1, 8b-10, Mateus 17, 1-9
Meditação - Génesis 12, 1-4a
Depois da aliança que Deus estabeleceu com Noé, em que Deus jurou fidelidade ao que criou (cf Gen 9), os homens continuam inclinados para o mal (cf. Gen 11). Mas Deus continua a buscar a comunhão com os homens: à dispersão de Babel segue a vocação de Abraão, chamado significativamente a romper todo o vínculo social e clânico para poder seguir incondicionalmente os caminhos do Senhor. (Gen 12, 1).
Ao mandato de Deus: “sai da tua terra…” segue-se uma promessa de bênção super abundante: em dois versículos aparece cinco vezes. Tal repetição indica os três âmbitos da acção de Deus em favor de Abraão. O primeiro é a promessa de uma posteridade humana impossível (Gen 11, 30), acompanhada de um nome imposto por Deus (como contraposição a Gen 11, 4). O segundo âmbito, manifestado no v. 3 a, amplia o horizonte a todos os que reconheçam e acolham a história de salvação que Deus inaugura a partir de Abraão: converter-se-ão em filhos da promessa. Pelo contrário, quem pretenda ser obstáculo não conseguirá o seu intento (cf. Num 22 – 24). No v. 3b o horizonte universaliza-se: o terceiro âmbito da acção benéfica de Deus é a inclusão de todas as raças da terra na história de salvação.Em Cristo, a promessa de Deus dilatou-se a todas as gentes (cf. Gal 3, 15-18) até à plenitude no Reino de Deus. Ao mandamento de Deus segue-se a obediência de Abraão, deixando que Deus disponha de si e do seu destino. Confiando nele pôs-se a caminho de outra terra, como lhe tinha dito o Senhor. Nesta marcha, não só Israel, mas todos “os filhos da promessa”, reconhecem o modelo das sucessivas saídas que o Senhor pedirá aos seus: o Êxodo, o regresso de Babilónia; no Novo Testamento o êxodo do próprio Jesus (morte e ressurreição) e o consequente seguimento dos discípulos no caminho de Jesus.
Depois da aliança que Deus estabeleceu com Noé, em que Deus jurou fidelidade ao que criou (cf Gen 9), os homens continuam inclinados para o mal (cf. Gen 11). Mas Deus continua a buscar a comunhão com os homens: à dispersão de Babel segue a vocação de Abraão, chamado significativamente a romper todo o vínculo social e clânico para poder seguir incondicionalmente os caminhos do Senhor. (Gen 12, 1).
Ao mandato de Deus: “sai da tua terra…” segue-se uma promessa de bênção super abundante: em dois versículos aparece cinco vezes. Tal repetição indica os três âmbitos da acção de Deus em favor de Abraão. O primeiro é a promessa de uma posteridade humana impossível (Gen 11, 30), acompanhada de um nome imposto por Deus (como contraposição a Gen 11, 4). O segundo âmbito, manifestado no v. 3 a, amplia o horizonte a todos os que reconheçam e acolham a história de salvação que Deus inaugura a partir de Abraão: converter-se-ão em filhos da promessa. Pelo contrário, quem pretenda ser obstáculo não conseguirá o seu intento (cf. Num 22 – 24). No v. 3b o horizonte universaliza-se: o terceiro âmbito da acção benéfica de Deus é a inclusão de todas as raças da terra na história de salvação.Em Cristo, a promessa de Deus dilatou-se a todas as gentes (cf. Gal 3, 15-18) até à plenitude no Reino de Deus. Ao mandamento de Deus segue-se a obediência de Abraão, deixando que Deus disponha de si e do seu destino. Confiando nele pôs-se a caminho de outra terra, como lhe tinha dito o Senhor. Nesta marcha, não só Israel, mas todos “os filhos da promessa”, reconhecem o modelo das sucessivas saídas que o Senhor pedirá aos seus: o Êxodo, o regresso de Babilónia; no Novo Testamento o êxodo do próprio Jesus (morte e ressurreição) e o consequente seguimento dos discípulos no caminho de Jesus.
Meditação - Mateus 17, 1-9
No texto de Mateus, a narração da transfiguração começa com uma indicação cronológica “seis dias depois”. Esta cronologia mostra a ligação com o texto profissão de fé de Pedro, com o primeiro anúncio da paixão e com a declaração de que para ser discípulos é necessário segui-lo pelo caminho da cruz. No alto do monte, Jesus mostra-lhes o seu aspecto divino “mudando de aspecto” v.2. Mateus insiste particularmente na luz e no fulgor que emanam dele, evocando a figura do Filho do homem de Dan 10 e a narração da manifestação de Javé no cimo do monte Sinai (Ex 34, 29-33)As contínuas alusões às teofanias do Antigo Testamento (Ex 19, 16; 24, 3; 1 Re 19, 11) indicam que se está a passar algo extremamente importante: em Jesus, a antiga aliança vai transformar-se em “nova e eterna aliança”. A aparição de Moisés e Elias testemunha que Jesus é o cumprimento da Lei e dos profetas; é Ele que guiará o povo à verdadeira terra prometida - vida eterna no amor - e à integridade da fé em Deus.
A intervenção de Pedro (v.4) indica o contexto litúrgico da festa dos tabernáculos, a mais alegre e resplandecente de luzes, que comemorava o tempo do êxodo, quando Deus baixava ao meio do seu povo morando também numa tenda, a tenda do encontro. A nuvem da presença (skekinah), que agora desce e envolve os presentes, actualiza e leva à plenitude a liturgia: como declara a voz que se ouve do céu. Jesus é o profeta maior preanunciado pelo próprio Moisés (Dt 18, 15) e é-o por ser o Filho predilecto de Deus. A ordem é “escutai-O” (v.5)
Face esta manifestação extraordinária de glória, um grande temor se apodera dos discípulos. Jesus reanima-os com os seus gestos e a sua palavra (v.7), como o Filho do homem da visão de Daniel. Torna-se mais desconcertante e incompreensível para os discípulos o que Jesus já só, lhes diz: “não conteis a ninguém esta visão até que o Filho do homem ressuscite dos mortos”.A liturgia de hoje pede-nos para entrar pelo caminho estreito e difícil; o caminho da fé obediente que exigiu a Abraão umas rupturas concretas e dirigir-se a metas desconhecidas. É o caminho da difícil perseverança que exige a Timóteo vencer o desalento e uma generosidade renovada do dom de si (2ª leitura). É o caminho do sofrimento e da morte que Jesus percorre, plenamente consciente, preparando os seus discípulos para que também o afrontem com fortaleza. Sem dúvida, é o único caminho que conduz à verdadeira vida, à glória autêntica, à luz sem ocaso.
Desde já nos é concedido a graça de antegozar um pouco o esplendor da transfiguração para prosseguir o caminho com entusiasmo. A promessa de bênção divina cobriu de esperança a vida de Abraão; a força de Deus ajuda Timóteo a obter a graça de Cristo para difundir o evangelho com entusiasmo; a visão de Cristo transfigurado dá lembrança de luz aos discípulos na hora da ignomínia e da cruz.
O sofrimento é fiel companheiro no caminho da vida, mas na prova não estamos sós: Jesus está a nosso lado com “varão de dores que conhece bem o que é sofrer”, como o primeiro que levou o peso da cruz. Isto basta para mantermo-nos confiantes que o seu poder se manifesta plenamente na nossa debilidade; nos injecta ânimo para assumir estas opções no caminho até à Páscoa e para dar testemunho da ressurreição.
Perguntas para reflexão- Que relação tem este texto da transfiguração com a etapa crítica na vida de Jesus (crise da Galileia!) e da fé dos discípulos? (cf. Mt 16, 13ss; Mt 14,22-33;Mc 10, 32).- Tenta descobrir quais foram na tua vida os momentos de luz, os momentos de transfiguração. Quando vistes outras pessoas com quem vives transfiguradas, bonitas, atraentes? - Onde encontramos hoje a Cristo transfigurado, ressuscitado e que nos transfigura?- Esta passagem da Transfiguração que motivos te dá para viveres com alegria e esperança este tempo da Quaresma? A que compromisso te leva?
A Palavra converte-se em oraçãoSenhor Jesus, que antes da Paixão mostrastes aos teus discípulos, o teu rosto glorioso,a fim de que não desfaleçam na hora da grande prova, convida-nos também a nós a subir contigo ao monte. No meio do silêncio e do recolhimento, faz que sintamos ressoar no nosso coração a tua Palavra,que é luz para os nossos passos e apoio para enfrentar,com uma fé sempre renovada, o caminho quotidiano da vida neste vale de lágrimas.Agradecemos-te pelos momentos de luz e transfiguraçãoque experimentámos na nossa vida e nos animam a continuar apesar das dificuldades.E, enquanto solícitos,avançamos na nossa peregrinação terrena até à casa do Pai, te pedimos, humildemente, pelos nossos irmãos mais pobres e sofredores, pelos nossos companheiros de viagem mais duramente provados e tentados pelo desfalecimento, que recebam desde já a graçade verem transfiguradas as suas dores naquela luz gloriosa que marca a passagem da cruz à glória da ressurreição.
A intervenção de Pedro (v.4) indica o contexto litúrgico da festa dos tabernáculos, a mais alegre e resplandecente de luzes, que comemorava o tempo do êxodo, quando Deus baixava ao meio do seu povo morando também numa tenda, a tenda do encontro. A nuvem da presença (skekinah), que agora desce e envolve os presentes, actualiza e leva à plenitude a liturgia: como declara a voz que se ouve do céu. Jesus é o profeta maior preanunciado pelo próprio Moisés (Dt 18, 15) e é-o por ser o Filho predilecto de Deus. A ordem é “escutai-O” (v.5)
Face esta manifestação extraordinária de glória, um grande temor se apodera dos discípulos. Jesus reanima-os com os seus gestos e a sua palavra (v.7), como o Filho do homem da visão de Daniel. Torna-se mais desconcertante e incompreensível para os discípulos o que Jesus já só, lhes diz: “não conteis a ninguém esta visão até que o Filho do homem ressuscite dos mortos”.A liturgia de hoje pede-nos para entrar pelo caminho estreito e difícil; o caminho da fé obediente que exigiu a Abraão umas rupturas concretas e dirigir-se a metas desconhecidas. É o caminho da difícil perseverança que exige a Timóteo vencer o desalento e uma generosidade renovada do dom de si (2ª leitura). É o caminho do sofrimento e da morte que Jesus percorre, plenamente consciente, preparando os seus discípulos para que também o afrontem com fortaleza. Sem dúvida, é o único caminho que conduz à verdadeira vida, à glória autêntica, à luz sem ocaso.
Desde já nos é concedido a graça de antegozar um pouco o esplendor da transfiguração para prosseguir o caminho com entusiasmo. A promessa de bênção divina cobriu de esperança a vida de Abraão; a força de Deus ajuda Timóteo a obter a graça de Cristo para difundir o evangelho com entusiasmo; a visão de Cristo transfigurado dá lembrança de luz aos discípulos na hora da ignomínia e da cruz.
O sofrimento é fiel companheiro no caminho da vida, mas na prova não estamos sós: Jesus está a nosso lado com “varão de dores que conhece bem o que é sofrer”, como o primeiro que levou o peso da cruz. Isto basta para mantermo-nos confiantes que o seu poder se manifesta plenamente na nossa debilidade; nos injecta ânimo para assumir estas opções no caminho até à Páscoa e para dar testemunho da ressurreição.
Perguntas para reflexão- Que relação tem este texto da transfiguração com a etapa crítica na vida de Jesus (crise da Galileia!) e da fé dos discípulos? (cf. Mt 16, 13ss; Mt 14,22-33;Mc 10, 32).- Tenta descobrir quais foram na tua vida os momentos de luz, os momentos de transfiguração. Quando vistes outras pessoas com quem vives transfiguradas, bonitas, atraentes? - Onde encontramos hoje a Cristo transfigurado, ressuscitado e que nos transfigura?- Esta passagem da Transfiguração que motivos te dá para viveres com alegria e esperança este tempo da Quaresma? A que compromisso te leva?
A Palavra converte-se em oraçãoSenhor Jesus, que antes da Paixão mostrastes aos teus discípulos, o teu rosto glorioso,a fim de que não desfaleçam na hora da grande prova, convida-nos também a nós a subir contigo ao monte. No meio do silêncio e do recolhimento, faz que sintamos ressoar no nosso coração a tua Palavra,que é luz para os nossos passos e apoio para enfrentar,com uma fé sempre renovada, o caminho quotidiano da vida neste vale de lágrimas.Agradecemos-te pelos momentos de luz e transfiguraçãoque experimentámos na nossa vida e nos animam a continuar apesar das dificuldades.E, enquanto solícitos,avançamos na nossa peregrinação terrena até à casa do Pai, te pedimos, humildemente, pelos nossos irmãos mais pobres e sofredores, pelos nossos companheiros de viagem mais duramente provados e tentados pelo desfalecimento, que recebam desde já a graçade verem transfiguradas as suas dores naquela luz gloriosa que marca a passagem da cruz à glória da ressurreição.
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