A Palavra de hoje:
Isaís 50, 4-7; Filipenses 2, 6-11; Mateus 26, 14 – 27, 66
Isaís 50, 4-7; Filipenses 2, 6-11; Mateus 26, 14 – 27, 66
Meditação
- Isaís 50, 4-7
A fidelidade a Deus e aos homens – à missão recebida em seu favor – faz que o Servo de Javé permaneça firme no sofrimento, na ignomínia, no aparente fracasso. Atento discípulo da Palavra de Deus, profeta e mestre de sabedoria com o povo, com a sua sorte prefigura a de Cristo, o humilde que não opôs resistência à vontade do Pai nem se subtraiu à maldade dos homens, seguro – até à hora suprema do abandono na cruz – de que o desígnio de Deus é dom de salvação que se oferece a todos (v.7; cf. Mc 15, 34 e Lc 23, 43.46).
- Mateus 26, 14 – 27, 66
A paixão de Jesus é paradoxalmente – na narração de Mateus – a paixão do Filho do homem, do Senhor da glória, do Juiz universal. Ele é o Deus-connosco, e salva-nos pelo caminho do Servo sofredor, sendo crucificado “como cordeiro conduzido ao matadouro”. Aí nos deu a prova máxima do plano de Deus que é amor. Aquele que podia ter recorrido a mais de doze legiões de anjos para livrar-se das mãos dos homens, deixa-se capturar sem resistência (26, 50b-54); cala-se diante dos “grandes” sem utilizar manifestações sobrenaturais (27, 14.19); reza três vezes humildemente ao Pai, (v.39.42.44), sofre a solidão (v.40) e partilha com os discípulos a sua tristeza de morte (v.38) e a sua debilidade da sua carne (26, 41b).
A sua morte na cruz rubrica a passagem para uma condição totalmente nova: o fim de um culto de sacrifícios, “o véu do templo rasgou-se”, (v.51) e a nova criação: a terra tremeu… e abriram-se os túmulos (v.51-52) e a plena manifestação de que o Crucificado é o Filho de Deus: o centurião e os que guardavam Jesus, muito amedrontados, disseram: de facto, este era o filho de Deus (v.54). De acordo com a perspectiva do seu evangelho, Mateus, mais que os outros evangelistas, insiste no cumprimento das Escrituras – explicitamente ou por meio de citações – para indicar que a paixão faz parte do plano salvífico de Deus.
O absurdo da humanidade, encarnada no povo eleito, é que toda a vida se espera a salvação e na hora em que ela aparece, mata-a: Vós acusastes o Santo e o Justo e exigistes que fosse agraciado para vós um assassino, enquanto fazíeis morrer o príncipe da vida (Act 3, 14-15).
A sua morte na cruz rubrica a passagem para uma condição totalmente nova: o fim de um culto de sacrifícios, “o véu do templo rasgou-se”, (v.51) e a nova criação: a terra tremeu… e abriram-se os túmulos (v.51-52) e a plena manifestação de que o Crucificado é o Filho de Deus: o centurião e os que guardavam Jesus, muito amedrontados, disseram: de facto, este era o filho de Deus (v.54). De acordo com a perspectiva do seu evangelho, Mateus, mais que os outros evangelistas, insiste no cumprimento das Escrituras – explicitamente ou por meio de citações – para indicar que a paixão faz parte do plano salvífico de Deus.
O absurdo da humanidade, encarnada no povo eleito, é que toda a vida se espera a salvação e na hora em que ela aparece, mata-a: Vós acusastes o Santo e o Justo e exigistes que fosse agraciado para vós um assassino, enquanto fazíeis morrer o príncipe da vida (Act 3, 14-15).
Perguntas para reflexãoNo relato da Paixão segundo Mateus aparecem várias personagens secundárias:
- Qual é a atitude frente a Jesus da mulher de Betânia, de Pilatos e da sua mulher, dos soldados ao pé da cruz, de Simão de Cirene, das mulheres que seguem Jesus desde a Galileia, de José de Arimateia?
- Qual é a atitude dos discípulos?
- Como entendes a multidão que tão depressa o aclama como pede a sua morte?
- Como reagimos quando vemos alguém a sofrer injustamente?
- Estamos conscientes de que a Paixão de Cristo continua em todos aqueles que sofrem injustamente?
A Palavra converte-se em oração:
- Qual é a atitude dos discípulos?
- Como entendes a multidão que tão depressa o aclama como pede a sua morte?
- Como reagimos quando vemos alguém a sofrer injustamente?
- Estamos conscientes de que a Paixão de Cristo continua em todos aqueles que sofrem injustamente?
A Palavra converte-se em oração:
Rezar Salmo 22 (21):
Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste,rejeitando o meu lamento, o meu grito de socorro?Meu Deus, clamo por ti durante o dia e não me respondes;durante a noite, e não tenho sossego.Tu, porém, és o Santoe habitas na glória de Israel.Em ti confiaram os nossos pais;confiaram e Tu os libertaste.A ti clamaram e foram salvos;confiaram em ti e não foram confundidos.Eu, porém, sou um verme e não um homem,o opróbrio dos homens e o desprezo da plebe.Todos os que me vêem escarnecem de mim;estendem os lábios e abanam a cabeça.«Confiou no Senhor, Ele que o livre;Ele que o salve, já que é seu amigo.»Na verdade, Tu me tiraste do seio materno;puseste-me em segurança ao peito de minha mãe.Pertenço-te desde o ventre materno;desde o seio de minha mãe, Tu és o meu Deus.Não te afastes de mim, porque estou atribuladoe não há quem me ajude.Rodeiam-me touros em manada;cercam-me touros ferozes de Basan.Abrem contra mim as suas fauces,como leão que despedaça e ruge.Fui derramado como água;e todos os meus ossos se desconjuntaram;o meu coração tornou-se como cerae derreteu-se dentro do meu peito.
A minha garganta secou-se como barro cozidoe a minha língua pegou-se-me ao céu da boca;reduziste-me ao pó da sepultura.Estou rodeado por matilhas de cães,envolvido por um bando de malfeitores;trespassaram as minhas mãos e os meus pés:posso contar todos os meus ossos.Eles olham para mim cheios de espanto!Repartem entre si as minhas vestese sorteiam a minha túnica.Mas Tu, Senhor, não te afastes de mim!És o meu auxílio: vem socorrer-me depressa!Livra a minha alma da espada,e, das garras dos cães, a minha vida.Salva-me da boca dos leões;livra-me dos chifres dos búfalos.Então anunciarei o teu nome aos meus irmãose te louvarei no meio da assembleia.Vós, que temeis o Senhor, louvai-o!Glorificai-o, descendentes de Jacob!Reverenciai-o, descendentes de Israel!Pois Ele não desprezou nem desdenhou a aflição do pobre,nem desviou dele a sua face;mas ouviu-o, quando lhe pediu socorro.De ti vem o meu louvor na grande assembleia;cumprirei os meus votos na presença dos teus fiéis.Os pobres comerão e serão saciados;louvarão o Senhor, os que o procuram.«Vivam para sempre os vossos corações.»Hão-de lembrar-se do Senhor e voltar-se para Eletodos os confins da terra;hão-de prostrar-se diante deletodos os povos e nações,porque ao Senhor pertence a realeza.Ele domina sobre todas as nações.
Diante dele hão-de prostrar-se todos os grandes da terra;diante dele hão-de inclinar-se todos os que descem ao póe assim deixam de viver.Uma nova geração o serviráe narrará aos vindouros as maravilhas do Senhor;ao povo que vai nascer dará a conhecer a sua justiça,contará o que Ele fez.ouÓ Pai, Deus de misericórdia e de perdão, olha com piedade os teus filhos culpados de terem pregado numa cruz o teu amado Filho.Pelo seu sangue derramado na solidão do abandono, lava todas as nossas culpas e rompe a dureza dos nossos corações, para que, purificados pelas lágrimas do arrependimento, acolhamos o dom da tua infinita compaixão, que é o único que nos pode tornar de novo inocentes.
A minha garganta secou-se como barro cozidoe a minha língua pegou-se-me ao céu da boca;reduziste-me ao pó da sepultura.Estou rodeado por matilhas de cães,envolvido por um bando de malfeitores;trespassaram as minhas mãos e os meus pés:posso contar todos os meus ossos.Eles olham para mim cheios de espanto!Repartem entre si as minhas vestese sorteiam a minha túnica.Mas Tu, Senhor, não te afastes de mim!És o meu auxílio: vem socorrer-me depressa!Livra a minha alma da espada,e, das garras dos cães, a minha vida.Salva-me da boca dos leões;livra-me dos chifres dos búfalos.Então anunciarei o teu nome aos meus irmãose te louvarei no meio da assembleia.Vós, que temeis o Senhor, louvai-o!Glorificai-o, descendentes de Jacob!Reverenciai-o, descendentes de Israel!Pois Ele não desprezou nem desdenhou a aflição do pobre,nem desviou dele a sua face;mas ouviu-o, quando lhe pediu socorro.De ti vem o meu louvor na grande assembleia;cumprirei os meus votos na presença dos teus fiéis.Os pobres comerão e serão saciados;louvarão o Senhor, os que o procuram.«Vivam para sempre os vossos corações.»Hão-de lembrar-se do Senhor e voltar-se para Eletodos os confins da terra;hão-de prostrar-se diante deletodos os povos e nações,porque ao Senhor pertence a realeza.Ele domina sobre todas as nações.
Diante dele hão-de prostrar-se todos os grandes da terra;diante dele hão-de inclinar-se todos os que descem ao póe assim deixam de viver.Uma nova geração o serviráe narrará aos vindouros as maravilhas do Senhor;ao povo que vai nascer dará a conhecer a sua justiça,contará o que Ele fez.ouÓ Pai, Deus de misericórdia e de perdão, olha com piedade os teus filhos culpados de terem pregado numa cruz o teu amado Filho.Pelo seu sangue derramado na solidão do abandono, lava todas as nossas culpas e rompe a dureza dos nossos corações, para que, purificados pelas lágrimas do arrependimento, acolhamos o dom da tua infinita compaixão, que é o único que nos pode tornar de novo inocentes.